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Você é mesmo feliz? Parte I

Você é mesmo feliz? Parte I

O que a bíblia fala sobre felicidade Por Oziel Alves e Priscila Gorzoni Revista Enfoque Gospel O que faz alguém feliz? Ter muito dinheiro no bolso, servir a Jesus, passar no vestibular, se casar ou simplesmente ver um pôr do sol? Pode até parecer simples tentar definir felicidade, mas não é. “Felicidade pode se referir a uma aspiração, uma esperança ou ideal, em que não haja sofrimento, privações e frustrações. O nosso desafio é o desenvolvimento, a autonomia, descobrirmos ‘qual é a nossa’, o que temos de essencial e original. Isso irá nos dar autonomia e liberdade para nos realizar, nos satisfazer e nos deixar mais em harmonia com o que somos de fato”, reflete Oswaldo Ferreira Leite Netto, médico psiquiatra, diretor técnico do Serviço de Saúde e Psicoterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse sentimento que há tantos anos persegue o ser humano não vem como um “pacote pronto”. A felicidade se constrói a partir da capacidade que cada pessoa tem de interagir com os aspectos positivos e negativos da sua própria história de vida e realidade. “A pessoa feliz é aquela que aprendeu a lidar com seus problemas, limitações, mas sobretudo acredita nas suas potencialidades. Deus nos dá a cada manhã a possibilidade de novas realizações. Por isso, precisamos ter coragem de reescrever nossa história de vida com capítulos de felicidade, apesar de possíveis dissabores”, exemplifica Sérgio Fonseca, psicólogo clínico e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana do Fonseca, em Niterói, Rio de Janeiro. A BIOLOGIA DA FELICIDADE A descoberta da localização da felicidade no cérebro se deve ao professor de psicologia e psiquiatria Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Davidson relatou que esse sentimento concentra-se na cinzenta, uma região conhecida como lobo temporal esquerdo, também responsável pelo aprendizado, linguagem e decodificação dos sons. Davidson chegou a essa conclusão após medir com eletrodos a atividade cerebral de monges budistas em meditação. Quando alcançavam o estado de bem-estar absoluto, a atividade elétrica no lobo temporal esquerdo disparava. Dessa forma, o pesquisador provou que ser ou estar feliz é biológico. O caminho da felicidade dentro do cérebro é interessante. O nervo óptico transforma em impulsos nervosos a imagem captada pela visão. Em seguida, o córtex visual decodifica a informação e a envia para o tálamo, que é responsável pelas emoções. Depois o hipocampo compara as informações recebidas com as arquivadas como se fossem arquivos de disquetes. A situação vivenciada é associada com recordações e lembranças vividas em momentos anteriores. Na amígdala, a informação recebe um conteúdo emocional com base nessas associações positivas, resultando em uma sensação de euforia. Depois de percorrer várias partes do sistema límbico, retorna novamente pelo tálamo. Quando os impulsos chegam ao córtex pré-frontal, são analisados racionalmente. Misturam-se emoção e razão, que são enviados para o septo, no sistema límbico. Lá se forma a intensa sensação de alegria. No dicionário de Língua Portuguesa, a palavra felicidade possui várias definições: qualidade ou estado de feliz, ventura, contentamento, bem-estar e bom êxito. O nome felicidade, curiosamente, foi dado pela primeira vez pelos antigos gregos por volta do século 7 antes de Cristo. Naquela época, a palavra já carregava sua complexidade e ganhou vários sentidos dentro das linhas filosóficas. Para Tales de Mileto, não era possível distingui-la do prazer sensual e da saúde física. Já para Platão, ser feliz é ser virtuoso, e esse sentimento só seria alcançado se moral e deveres fossem cumpridos. Para Aristóteles, ela era o objetivo último da humanidade e só viria através de uma vida virtuosa. Mais tarde, São Tomás de Aquino, filósofo cristão da Idade Média, definiu a felicidade possível apenas quando em comunhão total com Deus. A partir do século 17, a felicidade volta a ser vinculada ao prazer como era na Grécia antes de Platão. Já no século 19, John Stuart Mill proclama felicidade como sendo possível através de circunstâncias objetivas. Enquanto o alemão Immanuel Kant a vê como inatingível, já que depende da realização de todas as necessidades e inclinações dos seres humanos. No século 20, os filósofos passam a dar pouca importância ao tema e a felicidade só é retomada com mais afinco a partir de Sigmund Freud, austríaco e criador da psicanálise. Para ele, o conjunto das atividades psíquicas tem o propósito de proporcionar prazer e evitar o desprazer. Anne Caroline Silva considera como felicidade a satisfação de seus desejos e vontades, mas acrescenta que mesmo a adversidade traz algo que pode ensinar a se tornar melhor e mais forte. Atualmente, o médico e psiquiatra Flávio Gikovate tem se dedicado ao tema e o trata em seu novo livro Dá pra Ser Feliz... Apesar do Medo, da MG editores. Na obra, Gikovate define a felicidade como dependente da capacidade de viver em paz pelo maior tempo possível. O autor vai mais longe e considera a questão complexa, pois está ligada a uma disposição inata, ao contexto socioeconômico, cultural, e a quanto alguém é capaz de evoluir emocionalmente. “Aceitar a incerteza que nos cerca, compreender como pode nos favorecer ou prejudicar, absorver o mais rapidamente possível os acontecimentos adversos e manter uma disposição positiva em relação ao futuro, já que ele também pode nos reservar acontecimentos ótimos, é um indicador de maturidade emocional, porque cria condições para sermos mais felizes”, explica Gikovate.

Fonte: https://www.elnet.com.br/jovem